Decidimos que vamos realizar o sonho de morar no exterior. Começamos os trâmites, juntamos dinheiro, estudamos o idioma e pesquisamos costumes locais. Mesmo com toda a preparação somos pegos pela tristeza. Se identificou? Eu também!
Preparar as questões de ordem prática é infinitamente mais fácil que preparar-se emocionalmente para a mudança.
A mudança põe um ponto final em certos momentos de nossa vida e cada fim merece seu luto.
Até tentamos nos antecipar e ficar imaginando como será difícil sentir a falta de certas coisas e saudade de algumas pessoas. Mas, o fato é que esse luto não acontece de verdade até que estejamos com novo endereço.
Quando tudo se acalma lá vem a tristeza
Com a vida minimamente estabelecida começam a surgir os golpes de tristeza. Um sentimento de perda de algo que não se sabe bem o que é, parece que se perdeu tudo e nada. Até essa ambiguidade cria mais uma angústia para a listinha do que temos que elaborar.
Vamos nos dando conta de que aquela vida que tivemos até a partida não se repetirá, não será da mesma forma jamais.
Pode parecer apenas bom à primeira vista, mas também existiam aspectos que queríamos manter em nosso mundo.
O que se fazia, lugares a que se ia, a relativa segurança emocional que se tinha e infinitas coisas deixaram de ser assim e a constatação pode te deixar deprimido.
Geralmente esse sentimento fica adormecido até que algo no novo país não sai como pretendíamos, provocando frustração.
A frustração parece ser o despertador do nosso sentimento de perda, que dormia escondido debaixo de tantas expectativas sobre a nova vida.
Outras vezes, esse tipo de tristeza não vem com a frustração, mas pode vir de supetão num domingo à tarde. E faz os pensamentos teimarem em visitar o passado e escancarar aquilo que já não se pode acessar fisicamente.
O que fazer com a tristeza?
A tristeza não precisa necessariamente ser nossa hóspede por longa temporada. Entretanto, para algumas pessoas pode ser difícil sair do sofrimento sozinhos e nesses casos é melhor pedir ajuda.
Principalmente quando a tristeza se expande para muitas áreas da vida e ameaça desconstruir ganhos que se lutou tanto para lograr. Nestas situações o mais saudável é contar com apoio de um psicólogo e parar de besteira. Psicólogo não é coisa de quem tem dinheiro, nem de louco. É coisa de quem sofre.
Ninguém gosta de se sentir deprimido, mas faz parte do processo e é parte natural da vida. O importante é que esse sentimento não dure mais que o necessário e não atrapalhe a construção que está sendo realizada no novo país.
Ainda bem que viver é dinâmico! Na maioria das vezes sem que nos demos conta, acontece algo que reivindica nossa atenção para o momento presente e saímos desse barco à deriva.
Voltamos a valorizar o que estamos realizando agora e damos um respiro para o coração.
Você teve esses momentos quando foi viver fora? Conta pra gente como foi!
79 Responses
Sentimento estranho… A dor da mudança, de não ser nunca mais como era, mesmo se vc um dia voltar será um outro novo começo.. A dificuldade em querer abraçar o novo, pq não é espelho! Vc fica preso num lapso de tempo… Nem gosto de aprofundar a descrição …
É Maria… muitas vezes é doloroso pensar naquilo que nunca voltará a ser como foi. Mas o que ainda será também pode ser bom e te acolher. Mesmo sentindo medo é possível caminhar em direção desse encontro, o passo mais difícil que era se mudar você já deu!
olá
Vivo nos EUA há 1 ano e meio, vim para estudar e ficar com meu marido. Confesso que tenho vivido momentos bem difíceis. Sou extremamente ligada à minha família que deixei no Brasil e sempre vem aquela vontade louca de voltar para casa. Sempre me pego chorando com uma saudade que parece que vai me consumir. O país, as pessoas, são muito diferente do Brasil. Eles não tem ligação de família, não se tem contato humano. Os imigrantes em sua grande maioria vive somente atrás do dinheiro custe o que custar e podem chegar até a te prejudicar para poder conseguir isso. No Brasil eu sei que está difícil, mas é nosso país e temos mais liberdade de poder dizer o que está dentro de nós, e tem um clima maravilhoso com muito sol e gente alegre. E estar distante em outro lugar você tem que assumir uma postura que não é a sua. Não pode se dar ao luxo de naquele dia de repente estar triste e com saudade. Ninguém entende.
As pessoas dizem que com o tempo isso passa. Mas não acredito muito nisso não. Acredito sim que acabar se adaptando pois é necessário para a sobrevivência, mas dizer que há país melhor que aquele que você nasceu, e viveu acho bem difícil.
Ainda bem que não sou a única a ficar triste, mas os dias estão passando e a saudade não passa só aumenta. infelizmente, às vezes, é necessário sair do seu próprio país para ter melhores condições de vida, mas isso mexe muito com nosso emocional.
Desejo que todos nós venhamos ter sucesso onde decidimos viver e ser feliz.
Olá Melissa, tem dia que é muito difícil suportar todas essas questões de quem vive fora. Esse sentimento de não poder ser quem se é num país estrangeiro às vezes é muito forte e pode entristecer muito. Vou te deixar um link de um programa em que falei sobre esse sentimento e outros que culminam numa sensação de solidão. Lá tem relatos que podem te ajudar nesse período ou isso espero! Depois me fala se foi útil. Um grande abraço!
Olá!
Estou morando fora do Brasil há 1 mês e posso dizer que ao mesmo tempo é maravilhoso e assustador. Estou feliz conhecendo outra cultura , comidas, pessoas…mas quando fico sozinha da um sentimento de falta de amigos e família. Também as dificuldades para conseguir algo como trabalho que te compreendam te de uma oportunidade é angustiante. Porque no meu país parece mais fácil. Rs Mas jamais vou deixar o sentimento de falta afetar meus dias e procuro colocar várias tarefas no meu dia para não pensar em nada e curtir cada momento sem preocupações!
Oi Michele! Que legal que você está podendo encontrar sua maneira de combater a saudade e o medo. É isso aí!
Super me identifiquei…Fazem 3 anos que vivo em Buenos Aires, saí do calor baiano e me meti no frio do sul…senti MT o impacto do tratamento mais frio com as pessoas, o jeito de “não se importar” com o outro… três meses depois da chegada sofri de tristeza e tive que voltar pra casa fiquei 40 dias e voltei mais forte…segundo ano estudos a mil por hora, terminei um relacionamento ainda mantido no Brasil, esqueci de vida social e mergulhei nos livros… resultado? Em janeiro desse ano de férias tive um ataque de pânico…triste!…fui a uma psicóloga é me deu várias dicas de como sair dessa tormenta e deixar que esse novo mundo entre em minha vida…hj vivo bem, óbvio que tenho episódios melancólicos mas nada que me atrapalhe hj me relaciono com outras pessoas e creio que agora 3 anos depois eu começo a encontrar o que todos pensam que é fácil mas não é (pelo menos pra mim) a “Adaptação”
Olá Vagner, muito obrigada por compartilhar sua história aqui! Que momentos difíceis você passou. Você fez muito bem em procurar ajuda para não sofrer ainda mais do que o necessário nessa construção constante que é morar fora. Um grande abraço!
Vou dizer que é bem dificil… moro no Chile há dois anos e para mim tem sido muito difícil pois no momento moro com meus sogros e compartir esses momentos com outras pessoas é muito frustrante e incompreensível, só sinto vontade de ficar só sem que possam me perguntar tanto. Passar por momento que estou dependendo dos outro é complicado chego a imaginar que tem sorte pessoas que estao nessa situação sozinhas a melhor opção pois tem seu espaço do que num lugar onde não se sente a vontade.
Vim morar em Chile pelo meu esposo estou por ele aqui e rescentemente estou procurando me virar sozinha antes ficava so na casa o que me levou a sair da casa é a falta de ter meu espaço o que leva a nao querer ficar na casa e isso fez com que eu quisesse tentar trabalhar tambem.
Oi Lucia, o recomeço no novo país é recheado de situações difíceis. Essa fase de dependência emocional, às vezes acompanhada de dependência econômica do outro que é nativo geralmente é conturbada e inevitável. Por outro lado esse incômodo pode ajudar a te impulsionar na busca pelo próprio espaço pessoal, seja por meio de um trabalho ou outras situações que promovam sua maior satisfação nesse país. É difícil para quem está de fora entender o que você está sentindo. Não desanima não, continue construindo seu lugar!
Eh doloroso. E se não temos com quem contar piora. Falta de amigos e de suporto fazem as feridas abrirem mais. Chegar em casa e estar sozinha gera uma solidão sem fim. E ter que ir ao hospital e não ter ninguém pra dar como contato, estar lá sozinha gera um pânico sem tamanho.
Passar por problemas e a polícia nao fazer nada ou seu chefe não te dá preferência é sentir na pele o preconceito por ser estrangeira.
Dói muito estar só em um país estrangeiro. Ver que pequenas coisas, como sair ou ir um bar se tornar impossível pq todos querem ir as 23:00 e vc nao poder pq acorda as 4:00 só nos deixa mais sozinhos. Não poder fazer uma faculdade pq seu viato traz sanções e vc fica sem ter dias pra trabalhar e se manter tbm.
Não, não é fácil. E msm com psicólogo as vezes não dá pra consertar, pq nao depende de vc.
Dói estar sozinha. Dói mais ainda tentar contato com alguém e nao obter resposta é pior ainda.
O pior nem é toda tristeza, o pior é voltar pra casa como um fracassado.
Luciana, obrigada por dividir suas angústias aqui no blog. Tudo o que você descreve parece muito dolorido. Realmente a maior parte do que vivemos não podemos controlar e algumas coisas saem muito diferentes do que esperávamos. Penso que um psicólogo em lugar de “consertar” aquilo que nos faz sofrer, pode nos ajudar a descobrir maneiras menos dolorosas de viver, ou ainda a entender e suportar aquelas que não tem outra saída. Quando estamos tristes nos sentimos sozinhos, mas isso não tem nada a ver com fracassar. Sentir tristeza faz parte natural da vida. Estar triste porque a vida no exterior é complexa e exige uma reconstrução de tudo ao seu redor não se parece em nada com fracasso. Espero que você possa encontrar caminhos para realizar os sonhos que foi buscar. Um Abraço forte!
Nossa….. pensei que era só eu que ficava triste fora do Brasil. To morando na Colômbia há 6 meses, e da difícil para acostumar, ainda mais com a comida e a cultura que é bem forte aqui no interior da Colômbia, bem diferente. Mais quando bate a saudade, faço um churrasco ou ou uma imitação de feijoada…. kkkkk…. e vou levando. Muito bom conteúdo do site.
Olá Marcos, obrigada por seu comentário. Creio que em alguma medida, existe um sofrimento inerente a morar fora em todos os expatriados.Excelentes suas maneiras de espantar a saudade, churrasco e feijoada!
Tudo o que está no texto passou comigo. É engraçado como nos preparamos para tudo, menos para o aspecto emocional. Por vezes, me vi e me vejo nessa situação de tristeza, de morar em outro país, de não ter amigos e família, de não ir a determinados lugares etc. Tudo isso faz parte, e o melhor? Tudo passa! O bom é que estou crescendo e aprendendo a focar em outros pontos. Acredito que temos que passar por fase e aproveitar, entender as emoções e extrair o máximo para adquirir aprendizado com tudo isso. Pouco a pouco, vamos nos conhecendo e evoluindo. Os “problemas” de antes já não serão os mesmos!
Pois é Whashington, os problemas vão continuar aparecendo, por isso é super importante que você aprenda com eles e possa realmente tirar proveito dessas situações para viver melhor no lugar onde está. Obrigada por seu comentário!
Oi Van, tudo bom? Estou no México há 4 meses e sim, me identifico bastante! Acho que todos nossos sentimentos partem principalmente da curva da mudanca e de todas as etapas que esse processo inclui… A frustracao vem muitas vezes de tudo aquilo que idealizamos, a forma que pensamos e construimos de como seriam as coisas e que depois acabam acontecendo de outro modo. No meu caso, sinto tristeza em alguns momentos, principalmente quando tem alguma reuniao de amigos ou familia e estando longe nao podemos participar… Dá um aperto no coracao e pelo menos eu acabo pensando “Será que fiz a escolha e a coisa certa?”. Acho que o importante é curtir também esse momento de tristeza e aproveitar para se reconectar com suas raízes, amigos e familiares que estao longe e também trazermos para perto os novos amigos. O que tem me ajudado muuuuito a superar esses momentos é a tecnologia… sessoes de Skype, Whats e Face que nos aproximam de quem está tao longe e amamos. O principal e que sempre coloco em mente é por que estou aqui? Quais meus planos? O que já conquistei? E assim, ver todos os avancos que tive desde o primeiro dia que cheguei, e isso dá forcas pra continuar! Gosto muito de pensar também que aconteca o que acontecer, as pessoas queridas sempre vao estar la e ao meu lado, se nada der certo, o pior que pode acontecer é pegar as malas e ir embora, e mais uma vez enfrentar a curva da mudanca, mas acredito que como seres humanos somos bastante resilientes e podemos TUDO! E que os momentos de tristeza tambem sirvam para nos fortalecer! Adorei seu blog, sou psicologa e é muito bom ter um lugar onde lemos de situacoes parecidas com a nossa e podemos desabafar e trazer a tona nossos pensamentos! Ótimo trabalho! Um beijo, Fabi
Olá Fabi, obrigada por compartilhar suas experiências! Que bom que você está aberta para todas as emoções que podem surgir desse processo que está vivendo. Concordo com você que retomar os objetivos nas horas de frustração é primordial para lembrar do que nos levou para o exterior e não entrar em desespero. Também estou de acordo que se a nova realidade não satisfizer, voltar sempre será uma possibilidade e um lugar que nos pertence. Um beijo grande!
Estou me preparando para sair do Brasil e fico imaginando tudo isso, todas as lembranças e saudades que deixarei para traz. Sei que vai doer muito, vou deixar dois filhos, uma de 21 que está terminando seu curso de arquitetura que sempre foi apoiada e bancada por mim e meu caçula de 10 anos. Mas vi que será um mal necessário sair, pois me separei recentemente com isso perdi bens, com a crise que estamos vivendo hoje aqui perdi minha empresa, adquiri dívidas e vejo hoje em que a única solução para se reerguer hoje é tentar a vida lá fora, se reerguer porque o tempo está passando e já estou ao longo dos meus 44 anos… Sei que é difícil, mas é preciso tentar….
Oi Renivaldo, posso imaginar o quanto está sendo uma decisão difícil, desejo que tenha muito boa sorte nessa tentativa! Obrigada por deixar seu comentário.
Ja passei por tudo isto,pois já estou a 11 anos na Itália. Hoje a minha tristeza é pensar em voltar para o Brasil. Não deixei de amar o meu país ,mas aprendi amar mais um,a construir a minha vida aqui,com costumes diferentes,com ritmos diferentes .Hoje o que vivo aqui dificilmente viveria no Brasil. Amo o Brasil,mas também amo a Itália.
Que bom que você pôde se deixar permear pela nova cultura Elizabeth, isso de maneira alguma diminui a importância de suas raízes ou seu amor pela pátria natal. Em lugar disso promove uma maior sentimento de pertencer ao novo país também, o que certamente ajuda a viver melhor. Obrigada pelo seu comentário!
Estou aqui no México há duas semanas e me identifico. Primeiramente, o fato de que não consegue se articular no idioma, ter que resumir tudo a palavras básicas, isso pra mim está sendo mais difícil do que imaginava. Se mais alguém estiver na região de Acapulco, entre em contato por favor. Tenho um quarto vago no apartamento que divido com um estudante mexicano, posso receber visitas aqui, seria um prazer para mim e além disso um grande alívio! +55 51 82306614 Whats
Oi Diego, no começo é muito angustiante resumir nossa comunicação à frases terrivelmente simples. E justo em um momento em que temos tanta necessidade de falar daquilo que nos passa, não é?! Resista! Essa fase costuma passar. Obrigada por deixar sua história aqui. Abraço e boa sorte!
Estou na Argentina tem 3 meses, vim para estudar, tenho tudo o que sempre quis e não consigo me sentir bem. Às vezes me parece que não estou aqui, que a alma ficou no Brasil. Me sinto morta, vazia… Sempre penso em voltar, mas sei que se voltar, ficarei pior do que estou agora. É muito difícil! Mas tenho fé que isso irá passar
Tente manter a calma, esse momento que você está passando tende a melhorar com as novas conquistas, colegas, novos prazeres e outras coisas que surgirão sem que você planeje. São dolorosos os processos que estão acontecendo dentro de você e dentre eles está o luto da vida que ficou no Brasil, mas não necessariamente doerá sempre de maneira tão forte. Busque ajuda para não passar por isso sozinha. Um grande abraço.
voce realmente entendeu exatamente como me sinto neste momento. Falou tudo em poucas palavras, muito obrigada pelas palavras e tenho fé que essa dor será amenizada e tudo será mais leve. Muito obrigada mesmo. Grande abraço Melissa
Melissa, estou na torcida para que cada dia se sinta um pouco melhor. Um grande abraço!
Vou ver se consigo expressar o que estou sentindo, tenho 56 anos, três filhos, o mais velho está morando em Portugal há 03 meses (ele está gostando muito de lá), mas eu não imaginava que a nossa vida financeira no Brasil iria piorar tanto a ponto de meu marido querer ir embora para Portugal, meu filho de 27 anos é agrônomo e também quer ir e também meu filho caçula que tem 16 anos, pois o sonho dele é fazer ensino superior fora do Brasil…..O que faço com essa angústia que está doendo meu peito, apesar de que se eu for vou estar com todos os meus filhos, mas fica aqui minha mãe meu pai que são idosos e também meus irmãos e o Brasil……será que irei me acostumar lá?, pois estou passando meus dias chorando, mesmo sem ter ido ainda.
Helena, posso imaginar sua angústia e seus receios diante de uma decisão que ao que parece, já foi tomada pelos seus filhos e marido. Não é fácil se distanciar de parte da família, nem do país, mas pelo o que você está contando existem muitas chances de você e sua família se adaptarem em Portugal, já que a experiência do filho que já está lá é positiva. Só vai dar para saber como será sua adaptação vivenciando Helena. Apesar de existir um certo grau de sofrimento em relação ao que ficou para trás, isso não impossibilita que também viva coisas boas e felizes no exterior. Estou fazendo os melhores votos para você e sua família! Quando se mudar mande notícias! Um grande beijo.
E depois que temos um filho no exterior? A vontade de vê-lo crescer perto dos avós é imensa! Por outro lado, em um país desenvolvido o filho terá educação, segurança e saúde…mas e a falta da cultura brasileira enraizada? Estou há 4 anos no Canadá e até hoje vivo um dilema sem fim! Fico me perguntando até quando me sentirei insatisfeita…
Oi Camila! Justamente hoje gravarei um programa que falará sobre este tema, porque realmente tudo isso que você colocou não é fácil de resolver e decidir. Te aviso quando esse programa for ao ar. Obrigada por deixar seu comentário.
Ola camila! Estou casada pouco tempo e vivendo fora do Brasil tambem, twnho muita vontade de ser mãe, mas tenho muito medo de passar pela mesma situaçao que a sua, penso que eu gostaria que minha mãe e pai vissem meu filho crescer,ja que nao tem netos ainda. Decisao dificil essa.
Oi Regina, para as pessoas que criam os filhos fora do Brasil essa é uma dor constante. Cada família acaba encontrando sua forma particular para lidar com a distância e sua maneira de passar a cultura brasileira, apesar de difícil é possível. Comentei com a Camila que iria gravar um programa justamente sobre este tema, ele já foi gravado, quando for ao ar te mando um aviso. Um abraço!
Olá, sou casada tenho um filho moramos fora do Brasil, já tem seis meses, nós primeiro dias tava sendo ótimo, tudo lindo eu tava gostando agora tô numa saudade de casa uma tristeza tão grande, eu sinto que isso tá afetando meu casamento, aqui onde moramos meu esposo mora perto da mãe e das irmãs dele eu moro longe dos meus, ele gosta daqui meu filho também mais eu não consigo gosta tudo mais difícil, eu choro dia e noite com saudades dos meus pais da minha casa, minha saúde não é mesmo coisa sinto muitas dores de cabeça e uma tristeza que parece não ter fim quero fica só no quarto é tudo que as pessoas fala com migo eu me estresso, depois choro muito queria mesmo era volta pra minha terra.
Oi Faelma, é realmente muito difícil lidar com a saudade e o sentimento de tristeza de tudo que nos faz falta. O primeiro ano costuma ser o mais difícil de todos, nesse período você ainda não tem um mundo construído ao seu redor para te amparar e te despertar interesse, parece que tudo o que era bom ficou no Brasil e aí nada mais lógico que ver a vontade de voltar crescer. Tente fazer algo para diminuir seu sofrimento, é muito ruim só viver da dor e da saudade, como você disse, isso adoece o corpo. Eu imagino que não sinta vontade alguma de fazer atividades, mas se um dia você achou que era legal pode ser que ainda possa descobrir alguns prazeres nesse novo lugar e quem sabe futuramente se sentir fazendo mais parte dele.
Olá, Vanessa muito prazer!
Concordo plenamente com o que disse, só que confesso pra mim a experiência de ter de atravessar o oceano Atlântico rumo a Portugal, não foi uma tarefa tão fácil.
Apesar de falarmos a mesma lingua a diferença cultural é absurdamente diferente. Apesar de ser enfermeira formada, também tive que passar os mesmos trâmites que passou para validar meu diploma e poder trabalhar na minha profissão.
O problema maior não foi esse, devido uma desilusão amorosa e não ter amizades de confiança tive um processo de depressão que até hoje trato com medicamentos.
Vivo um dia por vez, sou grata por cada dia conquistado ainda mais porque sei que não está nada fácil no nosso país.
Hoje apesar disto tudo, tenho um namorado que me ama muito, mas por questões financeiras o trabalho dele obriga a passar meses fora. Para mim não está sendo fácil ficar distante dele, ainda mais porque a pouco tempo fui demitida e estou a maior parte do tempo ociosa. O que você poderia me aconselhar diante disso minha cara Vanessa.
Obrigada!
Olá Sra Schultz, que difícil deve ter sido passar por essas coisas sozinha! Por outro lado, que bom que você se deu a oportunidade de amar novamente e ser amada. Ficar muito tempo ociosa sem dúvida não ajuda muito a lidar com a depressão, entretanto, quem sabe você possa usar esse tempo livre e sozinha para pensar nas suas questões e naquilo que te faz bem, mas que antes não podia se dedicar devido ao trabalho. Esta não costuma ser uma tarefa muito simples, porque na maioria das vezes somos sugados pelo desânimo e paralisação, por isso tente se esforçar para não permitir que a inércia tome conta de sua vida e vá enriquecendo seu dia a dia com aquilo que puder e fizer sentido para você, estar em movimento pode ajudar seus pensamentos a relativizar a dor e encontrar boas saídas. Um grande abraço.
Muito obrigada pelas sábias palavras, vou me esforçar para seguir seus conselhos.
Poderia falar contigo para além daqui?
Gostei muito do seu feeling!
Abraço!
Oi Sra Schultz, meu e-mail é vanessa@mundointerno.com. Um abraço!
Estou no exterior a exatos 4 meses e 1 dia. E juro por Deus que não consigo achar mais nada bonito ou legal como nas primeiras semanas que cheguei. Quando penso em voltar lembro que não tenho mais emprego no Brasil e que vai ser muito difícil arrumar um novo. Aí volta a tristeza e o pensamento “devia ter ficado em casa”! Espero que logo passe.
Olá Sandra, essa fase de adaptação ao novo país e luto pelo que ficou para trás costuma ser difícil, mas espero que não desanime e consiga se sentir bem em muito breve. Um grande abraço!
Eu tenho 2 anos morando na França. Sou casada com um frances. Minha mae mora no Brasil, ela tem 78 anos. Eu me sinto muitas vezes triste e depressiva por estar longe dela.
Meu marido não quer ir morar no Brasil por causa da situacao de trabalho…ele disse que no Brasil vai ganhar muito pouco.
Moramos à 1hora de distancia da familia dele. Mas à familia dele é bem diferente da minha, eles se intrometem de mais em nossa vida. E à minha familia é bem neutra e educada. Eu imagino ter um filho com ele por causa da familia dele querer ficar opinando sobre à educacao do meu filho. Tambem sinto que minha mae ficara triste em ter um netinho e não poder aproveitar. Saudade grande de minha mae. Nos falamos no Whatsapp mas não é o mesmo que esta perto.
Oi Nini, ter filho no exterior é um dilema nada simples de resolver. Dói não compartilhar o cotidiano com a família brasileira e no seu caso pode doer ainda mais sentir que a família do seu marido está tendo uma oportunidade que sua família está impedida de ter, tanto no convívio com vocês, como com um futuro filho. É um ônus do casamento intercultural e de se constituir família fora, mas tente lembrar quais são seus ganhos, pois certamente eles existem e foram os responsáveis por você ter decidido viver essa história. É importante que essas coisas ainda façam sentido para você, mesmo que também sinta a falta e a saudade. Um abraço!
Bom dia Vanessa. Hj completo 6 meses que estou nos EUA. São 4 da manhã e me pego procurando na internet algo para explicar o que está acontecendo comigo. Meu sonho era de vir pra cá e agora parece que to triste. Como explicar isso pra minha cabeça?! Meu coração quer algo e minha cabeça quer outra. Quando resolvi vir eu vendi tudo e pedi demissão de um emprego concursado que n me fazia mais feliz e agora vem varias perguntas… Não sei bem explicar, lendo seu texto me identifiquei, após a euforia as coisas começam a aparecer e principalmente algo que vc planejou deu errado, vc precisa de reinventar e fazer um novo caminho que até então vc n conhece e de repente vem o medo, o medo de não dar certo. Meu Deus, eu pergunto essa confusão de sentimento será que passa? Quem sofre é meu namorado que mora comigo e precisa além de passar pelo que passo ainda precisa me segurar quando eu acho que tá difícil de mais. A pior coisa é quando estamos triste, tudo fica ruim até às vezes o relacionamento que antes era maravilhoso. O que vc me aconselha para tentar controlar meus sentimentos, eles mudam a cada dia e isso me deixa maluca, preciso um pouco de força pq n vou desistir. Vou cumprir tudo que planejei nessa nova terra. Obrigada por me escutar. E obrigada pelo artigo isso ajuda de verdade!!
Oi Luana, acho que em certa medida você já tem as suas respostas. Não desistir! O primeiro ano é assustador, são muitas coisas para se adaptar e poucas coisas dando certo. Poder olhar para trás e relembrar sem idealização, que naquele momento a escolha de expatriar fazia sentido é muito importante, te distancia da cilada de fantasiar que o que foi deixado era perfeito. Retomar seus objetivos aí também será sumamente importante nesses momentos de tristeza. Que bom que você está acompanhada nessa aventura, ter alguém na mesma situação ajuda, mesmo que seu companheiro se sinta de uma maneira totalmente diferente da sua. A tristeza faz parte da mudança, nem tudo que foi deixado te fazia insatisfeita, muito da sua vida que ficou no Brasil era bom e te fazia feliz, é esperado que isso doa e faça falta. Mas, tente continuar investindo nos sonhos que você foi buscar fora, essa construção leva tempo, não se desespere por não estar se sentindo apenas feliz, em nenhum lugar isso seria possível. Desejo muito boa sorte!
Estou morando há 5 meses em Portugal com meu marido e minhas duas filhas, uma de 3 anos e meio e uma de 1 ano. Está sendo muito difícil, tenho uma família muito unida , uma grande convivência com meus pais, irmãos e sobrinhos, e não estou conseguindo me adaptar e sinto muita saudade e culpa por separar minhas filhas de meus pais, eles sofrem muito. Tem dias que acordo querendo estar bem aqui, mas tem dias que a única coisa que quero e pegar o primeiro avião e ir embora. Estamos numa casa alugada e pra onde olho não é nada meu, deixei tudo pra traz em casa de parentes, não sinto que estou em casa, parece que estou de férias, mas umas férias já muito chatas porque não acaba nunca. Estou sempre mau humorada e com vontade de chorar, está botando em risco meu casamento, pois essa mudança nunca foi um desejo meu. Está sendo muito difícil.
Oi Elaine, é realmente muito angustiante não sentir-se em casa. E dói pensar que que as crianças crescem longe do olhar de familiares queridos. Mas, imagino que motivos fortes fizeram com que vocês se mudassem para Portugal, tente lembrar deles, do acordo que provavelmente você e seu esposo fizeram para decidirem sobre a mudança e se necessário retome esse acordo. Talvez rever os termos do acordo (tempo morando fora, frequência de viagens ao Brasil) te deixe mais tranquila e com maior possibilidade de aproveitar a mudança. Quem sabe tentar mostrar as coisas lindas de Portugal às suas filhas também possa te ajudar a ver o lado positivo de estar aí. Desejo que se sinta melhor! Um grande abraço.
Ola, vivo na italia hà 1 ano. Sai do Brasil para viver aqui com minha família (filho e esposa), porém deixei lá meus parentes e amigos. Minha família sempre foi muito unida e atualmente a saudade aperta de uma tal maneira que as vezes fica difícil não derramar algumas lagrimas de saudade. A minha experiencia começa quando venho fazer reconhecimento de cidadania italiana. Naquele momento da partida, eu tinha tantas coisas para resolver, tantas incertezas e principalmente tantos obstáculos para saltar, que a falta de tempo e as preocupações não me deixavam sentir a falta que sinto hoje. Depois de alguns meses, as coisas se acertaram e as preocupações como aluguel, dinheiro, trabalho, escola e adaptação, já não incomodavam mais. A partir do momento que comecei a levar uma vida “normal”, abri em mim uma oportunidade para a saudade bater forte. Enfim, devemos ser gratos por ter em nosso favor a tecnologia que nos permite a qualquer momento diminuir o sentimento de falta. Concluo dizendo que hj apesar da saudade, possuo uma família totalmente compreensiva e que apesar da distancia, continua muito unida e que a possibilidade de oferecer ao meu filho e esposa uma qualidade de vida superior me faz seguir em frente.
Olá Vinicius, de fato costuma ser quando a sobrevivência básica já está garantida que a saudade vem nos abraçar! Que bom que você consegue perceber que há muitas coisas boas nessas equação e que por enquanto a balança está favorável à sua mudança. Espero que continue sendo assim, apesar das dores que se sente em relação ao que está no Brasil. Um grande abraço!
Olá! Moro na Alemanha há um ano. Vim acompanhando meu marido. Eu adoro a cultura daqui, o clima, as pessoas (não são frias como muitos dizem) e não tenho nada a reclamar do país. Aprendi a língua tbm, o que facilitou muito. Mas sou formada na área da saúde, não posso atuar aqui. Já no Brasil estava insatisfeita com a minha profissão… Tenho agora a oportunidade de mudar de área. Mas passei tanto tempo na loucura de trabalhar o dia todo, das 8 da manhã às 20h, que eu já não sei mais do que eu gosto e não sei com o que eu quero trabalhar, só sei que preciso, pois não aguento ficar em casa… E estou tendo muita dificuldade em recomeçar, com uma nova profissão em outro país. E então, a frustração chega, exatamente como descrito nesse texto…
Oi Mari, é muito compreensível o que você está sentindo. Rever os planos e desejos, reconhecer as novas habilidades e interesses, é tarefa para bastante tempo e gera algum estranhamento. Você mudou com a experiência de expatriar e está conhecendo as mudanças que isso provocou em você. Provavelmente, daqui algum tempo se sentirá bem com o que está surgindo, mas pelo caminho talvez se depare com a frustração e exigência do momento presente que não espera nossa elaboração interna. Espero que consiga lidar com essas angústias durante o percurso. Um grande abraço!
Oi,
Tem algo de conforto em saber que não se é a única pessoa que sente saudade da família. Eu saí de casa (mas dentro do Brasil mesmo) para ir fazer faculdade em outro estado. A faculdade virou residência, que virou mestrado, que virou doutorado sanduíche (com um ano nos EUA) e depois com um pós-doutorado de novo nos EUA. No primeiro ano que passei aqui (que virou um ano e meio), eu me sentia muito sozinha e descobri que existia uns grupos de estranhos que se reuniam para fazer coisas (jogar bola, ver filmes, etc). Isso ajudou um pouco, mas sempre eu me contentava com o pensamento de que meu tempo aqui tinha uma data final (que foi como sobrevivi os anos de faculdade longe da família tb). Estou agora na metade de mais dois anos aqui no exterior e a situação se complicou. Pela primeira vez estou considerando ficar aqui permanentemente (por causa do meu namorado) e me vejo pensando em todas essas coisas que outras pessoas falaram. Saudade dos meus pais e preocupação com o futuro cuidado deles pois sou filha única; preocupação por não poder exercer a profissão que passei anos estudando; sentir falta da minha casa e da minha vida a qual faz anos que planejava resumir quando voltasse. Me preocupo de não conseguir lidar com a tristeza de finalmente aceitar que não tem mais o ‘voltar pra casa”. Desculpe o texto longo, mas estava precisando desabafar.
Oi Lila, que bom que você encontrou um pouco de conforto aqui. É impossível saber antecipadamente, as respostas das questões que você se planteia. Ao mesmo tempo dá muito medo de se entregar a esses novos rumos que estão surgindo na sua vida. Que bom que você tem podido correr riscos e com isso viver coisas que você não imaginava, mas que são tão boas que te fazem cogitar mudar os planos. Um grande abraço.
Ao ler brevemente alguns relatos, me identifiquei bastante. Mas gostaria de dizer que nem sempre é preciso sair do seu país para se sentir em um mundo bem diferente. Sou Nordestino, Pernambucano, nascido e criado em uma cultura acolhedora, rica e multicultural. Quando dos meus 17 anos, encontrei no militarismo das forças armadas aquilo que preencheria meus anos de vida, aquilo que seria minha carreira, aptidão, minha segunda pele, minha forma de contribuir com a sociedade de forma digna e honesta, colaborando para população do meu país. Sempre soube que inúmeras renúncias estavam por vir, mas sentia-me disposto a tais encargos. Após prestar concurso, passar pela formação intensa, fui designado para escolha da organização militar a qual iria servir. Não existia opção de volta para casa. Mas isso faz parte. Minha escolha foi por Porto Alegre-RS. Confesso que não era o que eu queria, mas é a que se apresentava como menos pior das opções para meus objetivos. Pouco depois de minha chegada os problemas começaram a aparecer: Não adaptação a cultura que por vezes é imposta, não adaptação ao clima muito frio, não adaptação à frieza das pessoas desse lugar… Não tinha pra onde fugir! Longe da família, passagem aérea um absurdo, grana curta, falta de amigos, falta de vida social fora do trabalho. Consegui entrar na universidade pública estando em porto alegre, mas não fui tão bem aceito. Fui vítima de chacota por professores e demais alunos por conta de meu sotaque, meu jeito de vestir e entre outras coisas tristes até de lembrar. Fui ficando quieto, calado, choroso até ter um ataque de pânico na faculdade e não consegui assistir aula com aquelas pessoas que me isolavam, que nunca me convidavam para nada, que nunca me deram atenção e faziam questão de deixar isso bem nítido. Para mim, a visão que eu tive e tenho, os gaúchos são muito fechados e inclusive entre eles mesmos. Tranquei a faculdade, tentei enfrentar aquilo por diversas vezes, mas sem vitória. Quando fechou os 3 anos obrigatórios na unidade militar comecei o processo para transferência que só funciona no regulamento e nas propagandas quando você é só um adolescente entusiasmado. Estou há seis anos tentando voltar para casa, com inúmeras tentativas, das mais diversas possíveis. Com vários superiores que me prometeram ajuda, mas que nunca realmente quiseram me ajudar. Estou há 4 anos fazendo uso de medicamentos antidepressivos que me causam impotência, falta de atenção, sensação de estar dopado quase que todo tempo. Tudo isso para que eu não volte a tentar suicídio novamente. Os demais companheiros não compreendem, acham que a ausência do expediente, que a não participação minha na escala de serviço é golpe, história… É tão comum suicídio dentro das forças armadas, mas mesmo assim uma pessoa com doença psiquiátrica ou psicológica por não ter feridas aparentemente expostas é considerado como golpe ou desculpa para o não cumprimento de suas funções. Para que isso não acontecesse comigo, mesmo contra indicação médica e vontade do meu comandante de OM, eu insisto na minha obrigatoriedade de cumprir todas as minhas atribuições como militar sem ser tratado diferente. Pois seria muito mais difícil conviver com as fofocas dos demais companheiros e acusações de golpe ou mentira. Quando era criança sonhava em ser militar. Hoje sou adulto e meu maior sonho é voltar pra casa e nunca mais vestir uma farda camuflada.
Souza, meu coração está apertado em ler seu relato. Sinto muito por todo sofrimento que você passou e ainda passa aí. É muito difícil se adaptar a um lugar onde você se sente desvalorizado. A adaptação cobra muita energia e sem a entrada de estímulos positivos que alimentem a “bateria” fica muito difícil encontrar a motivação necessária para lidar com todas as faltas e dificuldades. Que bom que você não fez segredo do seu estado de saúde e que seu comandante sabe o que está acontecendo, não passe por isso sozinho. Os remédios são importantes em ajudar a estabilizar o humor, mas a terapia é fundamental para auxiliar na busca de saídas possíveis e amparar um pouco essa dor, estou aqui torcendo para que você esteja em terapia, senão por favor, procure uma. Agradeço por dividir sua vivência aqui no blog. Um beijo grande.
muito bom ver essa página e ver que tantas pessoas tbm passam por dificuldades e angústia.
Sou de Goiânia-Go,estou morando nos EUA á 9meses,não estou aguentando mais essa solidão,não aguento mais a saudade da minha família.
Eu e meu marido Em 2018,iniciamos o ano bastante revoltados com nossa vida financeira,eu até estava trabalhando a 5 anos em uma ótima empresa,tinha um bom salário.mas meu esposo passou por uma grande crise,onde a empresa que ele amava trabalhar faliu e ele teve grandes prejuízos financeiro,isso começou a mexer bastante com nossa vida,pq ele perdeu a motivação ,ninguém prestava mais,todos só queriam dar prejuízo no modo de pensar dele.
Até que ele colocou na cabeça de vir para os EUA ,eu sempre fiquei com o pé atras por ser bem apegada a minha família , e tbm estava grávida e com uma filha que Ainda era bebê (2anos),aí começamos organizar tudo para vir ,nossa viagem marcada pra 6 de junho de 2018. Quando 10 dias antes da minha viagem meu pai que era super saudável adoeceu,e já foi pra uti,eu a todo momento querendo cancelar nossa viagem,mais já tinha investido praticamente tudo o que tínhamos nessa viagem.
Resumo,vim para os EUA com o coração apertado por deixar meu pai na uti,vim grávida e com minha bebê de 2 anos.
10 dias que tínhamos chegado recebo a noticia que meu pai faleceu no Brasil,infelizmente eu não conseguia fazer nada,não podia ir embora ,o que me restava era chorar e pedir a Deus força ,sofri muito,tentei erguer a cabeça e pensar na nossa nova vida.
Até que chegou o dia de meu neném nascer,eu sem compania pra ficar no hospital,meu marido revesando entre ficar comigo e ficar com minha filha de 2 anos que precisava de nos ,ganhei neném sem receber uma visita no hospital,pq somos somente nos ,passei meu resguardo sozinha,cuidando da munh bebê de 2 anos que necessita dos meus cuidados e atenção e cuidando do meu recém nascido. E eu ? Sozinha,sem tempo de tomar um banho,sem ter uma pessoa pra me oferecer uma ajuda,pq meu marido sustentando todos nós,precisava trabalhar o dia todo.
Enfim,foi e está sendo muito sofrido! Pq no Brasil apesar das dificuldades financeiras,tenho minha família que sempre estávamos Unidos ,um ajudando o outro ,sempre estávamos juntos ,minha mãe e minhas irmãs sempre me ajudou muito com minha filha e agora não tive o prazer de tê-las por perto,não tive um abraço quando meu pai morreu ,não pude abraçar minhas irmãs ,não pude me despedir do meu pai.
Hoje meu filho já está completando 5 meses e tento começar a trabalhar pra ganhar um dinheiro,pq afinal viemos pra cá pra ganhar dinheiro,mas pra mim não está compensando pq saio de casa,deixo meus filhos com estranhos (babás ) e 70% do que eu ganho vai para pagar babá .
Estamos passando dificuldades financeira aqui,trabalhamos só pra pagar aluguel,não conseguimos nem comprar carro,pq o dinheiro não sobra .
A minha maior vontade e ir embora ,lá no Brasil tenho amor,cuidados,carinho,meus filhos tem avós,tios e tias,primos.mas meu esposo colocou na cabeça que veio aqui pra buscar uma boa vida e que não vai embora enquanto não conquistar o que ele quer,eu já procurei piscicologa ,já procurei igreja,mas eu não aguento mais,não suporto essa dor no meu peito,não suporto essa solidão .
Meu marido não me entende,pensa que é frescura,que sou mole,já me falou que eu tenho a cabeça pequena .
Cheguei a falar pra ele que ele só vai acreditar na minha angústia quando me ver num caixao?
Pq graças a Deus que são meus filhos que me dão forças,pra mim não fazer o pior ,pq não está sendo fácil .
Nunca imaginei que iria passar uma tempestade dessa.
Brunna, quanta coisa aconteceu na sua vida em tão pouco tempo! Deve estar sendo muito mais que difícil passar por puerpério, luto, instabilidade financeira, saudade e outras dezenas de angústias que só você poderia nomear. Brunna, eu sei que você disse que já procurou ajuda, mas procura de novo, até sentir que encontrou o lugar/profissional certo. Sua situação é bastante delicada e há dois bebês que precisam muito você. Eu acredito na sua angústia e imagino o tamanho do seu sofrimento. Não lide com isso sozinha. Um abraço afetuoso.
Meu caso é ao contrário, porém a dor é a mesma. Tenho 20 anos e minha família toda (pais divorciados e irmão gêmeo) decidiram se mudar do Brasil. Não entrei na barca pois tenho sonhos e objetivos a serem alcançados no Brasil e decidi permanecer mudando minha vida por completo. A falta do antes é extremamente desconfortável. Era acostumado com a casa sempre cheia e hoje, me pego numa solidão sem fim…
Como você disse em seu texto, sempre há algo que nos leva de volta ao presente (rotina de trabalho e estudos), mas naquela tarde de domingo ou quando você chega cansado e tarde em casa e percebe que não tem ninguém para conversar ou comentar sobre seu dia é muito ruim. Quando as vezes acho que superei o luto, do nada o pensamento de tristeza e da falta do antes ressurge, causando algumas crises. Entendo que seja normal essas oscilações, mas tem me atrapalhado bastante em relação ao meio social… sem querer, acabo naturalmente evitando as pessoas e me isolando mais ainda. Já tentei procurar ajuda, mas acabo relutando, pensando ser apenas uma fase natural e passageira.
Puxa Bruno, o contrário deve doer ainda mais. Ao ficar, não se vive todas as medidas urgentes que morar fora exige e que de alguma forma distrai um pouco da solidão. Não desista de encontrar ajuda, encarar isso sozinho é muito sofrido. Obrigada por dividir sua vivência aqui. Um grande abraço.
moro na Califórnia a 1 ano e 3 meses. Larguei tudo no Brasil para recomeçar minha vida aqui, vim junto com meu namorado e começamos a trabalhar assim que chegamos. Com o passar do tempo eu venho me sentido triste do nada, sem motivo aparente. Não tenho tido vontade de sair de casa, trabalho por conta própria e não tenho vontade de sair pra trabalhar. Aqui é muito bom, o país das oportunidades mas tem momentos que fico repensando se realmente isso foi a decisão certa. Sei que aqui em questão financeira será bem melhor que no Brasil. Aqui eu tenho emprego e faço meu dinheiro e viajo 3 vezes ao ano pelo menos. No Brasil eu não conseguiria isso. Mas fico pensando se realmente sou feliz assim. Longe de família, sobrinha e amigos. Já pensei em voltar várias vezes nesse 1 ano aqui, mas sei que tenho que aproveitar essa oportunidade ainda mais em tempos tão difíceis para se conseguir um emprego decente no Brasil.
Morar fora não é ruim mas tem muita coisa que também não é boa. Não é toda aquela maravilha que acham. Tem muita dificuldade também. Mas no final vale a pena o esforço.
Oi Priscila, é difícil morar fora né?! Em muitos momentos a gente se depara com esses questionamentos que você comentou, oportunidades incríveis de um lado e renúncias indigestas do outro. Penso que de tempos em tempos reavaliamos a escolha de morar fora pra saber se ainda faz sentido continuar neste caminho. Nunca é uma decisão simples. Ajuda muito poder aclarar para si mesma quais são seus objetivos e a partir daí analisar se morar fora está ajudando ou atrapalhando nessa busca. Desejo muito boa sorte no seu auto-entendimento! Grande abraço.
Tentei morar fora por 2 vezes. A primeira foi em Boston. Fui na euforia de morar fora, sem planejar muito, queria pq queria…acabei indo na época que iria começar o inverno (Dezembro) queria ver neve e tudo mais. Tinha um amigo de infância morando lá à 6 meses…onde ele iria me ajudar no começo, mas oq eu não sabia, era que ele estava morando em um lugar mto difícil (um porão) somente para dormir e dividir com mais 4 pessoas e 2 gatos de estimação. Passei a primeira semana em outra acomodação e na segunda semana fui morar no porão. Aí começou os problemas…nao me adaptei ao lugar, não conseguia nem respirar direito, lugar pequeno, tudo fechado, com carpete, enfim horrível! Estava difícil a convivência…e para não piorar a situação e não perder a passagem de volta para o Brasil, resolvi voltar em um momento de desespero.
Um ano e meio depois tentei novamente morar nos EUA, mas desta vez em Whashington DC, em um lugar melhor, casa grande com 5 quartos e iria dividir o quarto com mais 1 pessoa. Porém não conhecia ninguém…. Aqui no Brasil tive problemas de depressão, ansiedade e crise do pânico. Como já tive levei meus remédios, mas não demorou muito para eu ter uma crise do pânico forte lá…tendo até que ficar internado. No dia da minha alta do hospital era exatamente o dia do voo de volta para o Brasil. Não queria voltar, mas as pessoas diziam q tinha voltar, pq minha família aqui estava desesperada. Enfim, lá realmente as coisas não são fáceis, um simples sentimento se torna algo grandioso… E na maioria das vezes não temos com quem desabafar ou compartilhar.
Ainda quero tentar de novo morar fora, pq tenho um objetivo de vida (um sonho). Não sei como vou fazer para superar toda a adversidade de morar fora e sozinho, tbm tudo q já passei. Por não ter conseguido 2x as vezes me acho um cara fraco e sinceramente, tenho pensado em desistir desse sonho.
Oi Junior, que experiências fortes você teve ao ir morar fora! Eu tenho a sensação de que quando fazemos a escolha de sair do país num momento em que algo já está fragilizado acabamos não tendo recursos emocionais para lidar com as adversidades e angústias que certamente virão. Não me parece fraqueza ter decidido voltar quando as coisas ficaram muito ruins, foi a saída que melhor dava conta do seu problema naquele instante. Isso não impede que você siga com o seu sonho em outro momento. Mas, pelas suas experiências, poderia ajudar se preparar emocionalmente para dar esse passo outra vez. Talvez, tentar entender o que te desespera tanto a ponto de virar um sintoma, a crise de pânico, poderia ser um bom começo. Tem algo aí sendo dito e poder entender essa mensagem poderia te ajudar a lidar com as próximas decisões. Um abraço.
Moro há 3 meses em Portugal, com minhas 2 filhas e meu esposo (que já estava aqui, há 10 meses)! Realmente são muitos os dias em que me disponho a deixar tudo e voltar! Seguir por aqui…muitas vezes me parece loucura! Tanto eu, como meu esposo, éramos servidores públicos no Brasil e viemos em condição de licença, temos 2 anos para voltar! Mas…não viemos para voltar!
Sofro muito de saudades daqueles que ficaram…minha mãe, minhas irmãs, meu espaço, minha vida…
Temos o facilitador da cidadania da UE e decidimos por vir, pensando nas nossas filhas, por elas! E é isso que nos faz seguir…! São momentos de extrema aflição e angústia…esse recomeço chega a ser desumano!
Peço muito para Deus, passar à nossa frente e fazer o melhor por nós! Porque realmente, a gente se vê sem forças…
Rosilane, posso imaginar sua aflição. Essa fase do começo da adaptação é muito sofrida e o pensamento de voltar nos visita o tempo todo. Ter um emprego congelado no Brasil pode ser uma espécie de calmante, mas ao mesmo tempo você pode se sentir pressionada, sabendo que tem o tempo de dois anos para definir onde se estabilizar. Espero que você e seu esposo entrem na mesma fase em breve. É menos dolorido e solitário quando os dois estão vivendo a mesma cena. Te mando um abraço e o desejo de que esteja se sentindo melhor.
Perfeito seus trabalhos, Vanessa! Agradeço em muito!
Meu psicólogo, aos meus 30 anos, no início do meu tratamento me perguntou: “Você quer iniciar o tratamento, se conhecer, vai doer? 10 anos depois, ele me disse: Bem vindo a você mesmo!.” As dificuldades se aperfeiçoaram, mas continuaram. Não me arrependi. Agora tendo que recomeçar, avalio se será produtiva abrir as portas para outro país, pois, entendo que será como oportunizar apreender a amar outro filho, deixando o outro distante, embora, não pretendo e não tenho filho. Amo minha familia, mas tanto como, também amos minha saudável solidão. Ou será como reencarnar novamente na mesma existência?! Desafiador! Agradeço infinitamente seus trabalhos. Grande e forte abraço.
Oi Antônio, obrigada pelo seu comentário! Gostei da analogia com amar a dois filhos diferentes. Seguramente será desafiador e você verá novas facetas de si mesmo, caso decida ir morar fora. Essa mudança cobra que percamos um pouco de quem somos para dar espaço a uma parte que estará sendo apreendida no novo lugar, isso dói, mas pode valer a pena. Um abraço.
Boa tarde Vanessa,
Moro no Rio de Janeiro com meus pais, irmã e sobrinha, e tenho uma noiva, estamos juntos há 7 anos, quando tinha uns 9 anos, meu pai ficou 1 ano e 6 meses longe de nós, eu acabei ficando em depressão, indo a psicólogos e tomando remédios antidepressivos …. Esse momento da minha vida acredito que ficou um trauma muito grande, pois quando comecei a trabalhar embarcado em plataformas de petróleo (15,21 dias fora) acabava tendo crises de ansiedade e ataque de Pânico por estar longe da minha casa e família…. Acabei desistindo dessa vida, só que agora tive que vim para Aracaju, capital do Estado de Sergipe, para me especializar, vim sozinho passar 3 meses longe deles, estou a 6 dias e já tive 3 crises de ansiedade, chorando mto, coração dói demais, braços ficam dormentes, falta de ar, uma sensação de um buraco enorme no peito, fico a ponto de enlouquecer e largar tudo, voltar para casa, só que vou me sentir com um fracassado e decepção para os meus pais, minha família e minha noiva, tento achar e entender qual é o meu problema e como fazer para que esses 3 meses voem, e retorne o mais rápido possível para casa ….
Ler os relatos no seu blog me ajuda a acalmar e saber que não sou o único a passar por isso, agradeço!
Oi Ricardo, por seu relato parece que você já identificou a relação entre suas crises de pânico e pontos importantes de sua história de vida. Esse momento em que seu pai se ausentou talvez tenha deixado algo que ainda não foi possível de digerir… mas, penso que o melhor que você poderia fazer para sentir-se melhor é buscar terapia, isso te daria mais ferramentas para lidar com as crises de pânico, que fazem o seu mundo ficar muito restrito. É possível viver melhor, não fique tentando lidar com isso sozinho por muito tempo. Um grande abraço!
Ler todos esses relatos é como sentir a dor da saudade ainda mais forte… Moro no Canadá a 3 anos e meio, vim sozinha com a decisão que aqui seria meu lugar. Na mala muitos sonhos, profissionais, pessoais… Com muito trabalho árduo os sonhos se realizam, mas o comemorar já não faz mas tanto sentido, porque as pessoas que queremos compartilhar não estão com você.. estão longe vivendo outra realidade e você está sozinho… Todo aquela busca pelo sucesso, todo o esforço… e no final um único sentimento: vazio. Até que ponto vale a pena essa busca? É ter muitas pessoas ao redor mas ao mesmo tempo não ter ninguém… é comemorar Natal na casa de desconhecidos, porque seu amigo te convidou pra você não passar sozinha.. é soprar as velinhas de mais um aniversário e lembrar de todos os outros que eles estavam lá com você, sua família. Me perguntam se valeu a pena a renúncia, ainda não sei a resposta. O sentimento de não pertencimento a lugar algum bate forte. É querer ficar e não pertencer, é voltar e não se reconhecer e também não pertencer. Quem decide sair nunca mais será o mesmo e nunca mais terá um lugar pra chamar de casa, mesmo que pra casa retorne.
Oi Day, puxa, sinto daqui sua angústia. Compartilho essa sensação de que perdemos o pertencimento total ao nosso mundo país e que carregamos diferenças que não nos permitem o pertencimento total ao país atual escolhido. É um fato, mas é tão subjetivo que ninguém consegue vislumbrar o que isso quer dizer e onde dói antes de fazer a sua escolha. O investimento físico e emocional para pertencer e se integrar terá que ser constante para a vida não ficar solitária e cheia de saudades. Vou deixar o link de dois episódios do podcast que falam sobre essas sensações que você menciona, talvez possam te ajudar a se sentir melhor. Um grande beijo.
http://www.onomedissoemundo.com/2021/04/mundo-interno-46-voce-realmente-esta-integrado-nesse-pais/
http://www.onomedissoemundo.com/2018/03/mundo-interno-021-o-brasil-ja-nao-e-meu-lar/
Boa noite, minha filha mora fora há 10 anos, veio ao Brasil somente 3 vezes, agora está sentindo uma tristeza profunda mas não diz nada pra mim e sim para o irmão pra não me preocupar, o que faço?
Oi Jane, imagino sua tristeza e preocupação. Sem conhecer sua filha é difícil imaginar o que pode ser feito para ajudar sem que ela se sinta invadida. Talvez ser franca sobre os fatos que chegaram até você e demonstrar abertura para ouví-la, esclarecendo que você pode lidar com seus próprios sentimentos e preocupações possa encorajá-la a se abrir com você. Se mostrar disponível e consciente do mal-estar dela pode deixá-la confortável de te procurar quando se sentir pronta. Um abraço.
Vim com minha filha de 4 anos e meu marido, para outra cidade ( não é tão longe da cidade dos meus pais, mas não dá TB pra ficar indo todo mês) e está sendo muito difícil pra mim, já que eu não queria vir. Fico o dia todo dentro de casa, e como li em alguns depoimentos, está afetando meu relacionamento. Tem dias que estou bem e tem dias nem tanto. Sinto medo, muito medo da minha filha adoecer e eu estiver sozinha com ela, ou até mesmo eu. Sou apaixonada por animais e tive que colocar pra adoção minha filha de quatro patas, pq não dava pra eu trazer ela, e eu me sinto mal por isso todo santo dia. Não durmo direito. Sonho com ela todas as noites. Tenho crises de ansiedade.
Oi Naty, mudar de cidade pode ser tão desconsertante quanto mudar de país, porque as referências mudam totalmente. Tudo precisa ser reconstruído do quase zero. Parece que está doendo muito aquilo que ficou para trás, como por exemplo seu animalzinho, a culpa, a falta. É muito ruim sentir essa angústia e esse desamparo, talvez seja o momento de procurar ajuda profissional para lidar com as dificuldades, as crises de ansiedade costumam nos afetar muito e causar ainda mais tristeza e desânimo. Ter um lugar seguro onde expor seus sentimentos seguramente vai te ajudar a entender como atravessar esse momento. Te mando meus melhores desejos! Um abraço.
E está mesmo doendo muito! Mas tenho fé em Deus que tudo se ajeitará e ficará bem. Só preciso tirar de mim, essa culpa. Muito obrigada pela resposta. Deus te abençoe.
Olá. Como vai?
Estou vivendo uma situação semelhante à de todos. Estou morando nos EUA há 01 ano. Deixei o meu emprego estável no Brasil (funcionária pública estatutária), minha família, toda uma vida que havia construído, pra vir morar aqui nos EUA com a minha esposa. Sou baiana, acostumada com o calor humano, com a família sempre na minha casa e, desde que estou longe, tenho sentido muita saudade, angústia e tristeza. Começo a me questionar se tomei a decisão certa em ter vindo embora e deixado todos que amo por lá. Aqui eu tenho o amor da minha esposa e dos familiares dela. São todos maravilhosos comigo e eu sou grata a Deus por tê-los, mas o sentimento de solidão bate forte, em diversos momentos. Idioma diferente, cultura diferente, é tudo muito difícil. Sinto que poderia lidar com todas as adversário da vida se estivesse próximo da minha família, mas às vezes me pego pensando até onde vale a pena viver longe de todos os que eu amo, e viver triste, mesmo que num país de primeiro mundo. É uma decisão muito difícil, por mais que reclamemos das dificuldades do Brasil, se eu pudesse aconselhar àqueles que planejam morar no exterior, eu diria pra experimentarem viver fora por um ano, ao menos, assim será mais fácil se ter uma ideia real de como as coisas funcionam, antes de embarcar de vez numa mudança extrema. Momentos bons existem, claro, mas a saudade da família e de se ter uma vida na qual nos habituamos há anos, é um peso para o qual necessitamos de auxílio para carregar. Um abraço e boa sorte a todos que estão vivendo ou que planejam viver no exterior.
Oi Lívia, puxa, deu pra sentir que está sendo pesado para você. Morar fora é difícil, mesmo pra quem já o fez há muitos anos. Por outro lado,fiquei pensando, será que esse primeiro ano já deu a você todas as chances que precisava para se sentir em casa fora de casa? Em 12 meses é difícil da gente fazer amizades profundas, ou se sentir integrada na vizinhança ou num emprego. Eu sei que ouvir isso quando estamos sentindo falta da nossa família e das nossas referências dá raiva, eu também senti e ainda sinto em muitos momentos da minha vida, mas te conto que depois de alguns anos fora as coisas foram mudando e fui encontrando identificação profunda com algumas pessoas, algumas brasileiras como eu e outras locais. Isso me ajuda muito a ser parte de algo e não me sentir flutuando no mundo como alguém que perdeu tudo o que era referente a mim e minha família. Você tem razão, sentir o apoio da família dá força suficiente para enfrentarmos o que for, penso que o amor que você encontrou também deve ter feito você se sentir assim e por isso se encorajou a mudar de país. Você não está sendo ingrata com sua esposa e a família dela, mas isso não quita a dor que está sentindo pelo que ficou para trás. Talvez os antigos amigos ou um psicólogo possam te ajudar a dar novos sentidos para as faltas que você sente hoje e entender o que, dentro de você, te possibilitou sair do Brasil, além do amor deve haver outros motivos e entendê-los pode ser uma luz nos seus futuros passos. Um beijo grande!